O consumo de energia elétrica em Portugal voltou a crescer em setembro, com uma variação homóloga de 2,2%, ou 1,4% considerando os efeitos da temperatura e do número de dias úteis. No acumulado de janeiro a setembro, o consumo totalizou 39,2 TWh, o valor mais elevado de sempre no sistema nacional para este período, superando em 0,8% o anterior máximo, registado em 2010. Face ao mesmo período do ano passado, o crescimento é de 2,6%, ou 2,0% com correção da temperatura e dias úteis.
No acumulado dos primeiros nove meses do ano, a produção renovável abasteceu 70% do consumo, com destaque para a hidroelétrica (28%), a eólica (24%), a solar (13%) — que cresceu 25% face ao ano anterior — e a biomassa (5%). A produção a gás natural representou 14% do consumo, enquanto os restantes 16% corresponderam a energia importada. Os índices médios de produtibilidade foram de 1,38 para a hidroelétrica, 1,02 para a eólica e 0,89 para a solar.
Setembro foi marcado por condições particularmente favoráveis à produção eólica, que registou um índice de produtibilidade de 1,37. A produção hidroelétrica esteve próxima da média, embora com menor relevância por se tratar ainda de um mês de verão. Já a produção solar enfrentou condições menos favoráveis, com um índice de 0,95. No conjunto, a produção renovável abasteceu 57% do consumo e a produção não renovável 17%, enquanto os restantes 26% foram assegurados por importações.
No mercado de gás natural, setembro registou uma evolução positiva, com um crescimento homólogo de 18%, impulsionado pelo segmento de produção de energia elétrica, que mais do que duplicou face ao mesmo mês do ano anterior. Em contraste, o segmento convencional, que inclui os restantes consumidores, registou uma quebra de 3,4%.
No final do terceiro trimestre, o consumo acumulado de gás natural apresenta uma variação homóloga de 13%, resultado de um crescimento de 132% no segmento de produção de eletricidade e de uma contração de 8% no segmento convencional.
Durante o mês de setembro, o abastecimento nacional foi assegurado integralmente a partir do terminal de GNL de Sines. A interligação com Espanha voltou a registar um saldo exportador, equivalente a cerca de 7% do consumo nacional. Nos primeiros nove meses do ano, o sistema nacional tem sido abastecido quase exclusivamente a partir do terminal de Sines, com origem maioritariamente na Nigéria (49%) e nos Estados Unidos (39%).