O consumo de energia elétrica em Portugal manteve, em julho, a tendência de crescimento dos últimos meses, com uma variação homóloga de 3,8%, ou 2,1% com correção dos efeitos da temperatura e do número de dias úteis. No acumulado de janeiro a julho, o consumo registou um aumento de 2,4% face ao mesmo período do ano anterior, ou 2% com correção da temperatura e dias úteis.
Apesar de o mês ter sido marcado por condições menos favoráveis para a produção renovável, a energia solar destacou-se com um novo máximo de potência diária, ultrapassando os 3300 MW. A produção solar representou 17,5% do consumo mensal, praticamente ao nível da produção eólica, que contribuiu com 22%.
No total, a produção renovável abasteceu 54% do consumo, enquanto a produção não renovável respondeu por 17% e os restantes 29% foram assegurados por importações.
O índice de produtibilidade hidroelétrica foi de 0,87, com menor relevância nesta altura do ano. A energia solar registou um índice de 0,94 e a eólica 1,14, o mais favorável entre as três fontes.
No acumulado dos primeiros sete meses do ano, a produção renovável abasteceu 74% do consumo, com a hidroelétrica a representar 32%, a eólica 25%, a solar 12% e a biomassa 5%. A produção a gás natural abasteceu 13% do consumo, percentagem semelhante à da energia importada. Os índices médios de produtibilidade no período foram de 1,39 para a hidroelétrica, 1,00 para a eólica e 0,89 para a solar.
No mercado de gás natural, o consumo aumentou 17% em julho face ao mesmo mês do ano anterior, sustentado pelo segmento de produção de energia elétrica. Já o segmento convencional, que inclui os restantes consumidores, registou uma quebra homóloga de 12%.
O abastecimento nacional foi assegurado quase na totalidade pelo terminal de GNL de Sines, com apenas 3% do fornecimento provenientes da interligação com Espanha.
Nos primeiros sete meses do ano, o consumo acumulado de gás natural cresceu 11%, com um aumento de 132% no segmento de produção de eletricidade e uma quebra de 8% no segmento convencional. Este último registou o consumo mais baixo desde 2009. A Nigéria e os Estados Unidos mantêm-se como os principais fornecedores de gás, representando respetivamente 56% e 32% do total.