Gases Renováveis

Soluções de energia

Gases Renováveis

A Estratégia Nacional para o Hidrogénio determina uma meta de incorporação de H2 nas redes de gás em volume de 5% até 2025 e 10 a 15% até 2030.

Alinhada com as políticas da União Europeia, a descarbonização das infraestruturas de gás é um dos objetivos estratégicos da política energética portuguesa, a par com a promoção de formas de energia de origem renovável.

A política pública e o contexto legislativo reconhecem a necessidade de descarbonizar o setor do gás como elemento central para garantir o cumprimento dos objetivos da descarbonização da economia, em particular nos setores da indústria e da mobilidade (pesada, marítima e aviação), constituindo as redes de gás um veículo para este efeito.

Decreto Lei n.º 62/2020

Despacho n.º 806-B/2022

Despacho n.º 806-C/2022

Transição energética 
A REN assume o compromisso com a transição energética, como empresa chave para a descarbonização dos sistemas energéticos de eletricidade e de gás. 

Projetos

Projetos de Gases Renováveis 

A estratégia da REN para os gases renováveis assenta em dois pilares: a adaptação das infraestruturas existentes para acomodar estes gases e o desenvolvimento de infraestruturas locais de hidrogénio, tendo nesta base constituído três grandes projetos para este efeito. 

Plano de Conformidade de Ativos

Preparar à escala nacional as infraestruturas da Rede Nacional de Transporte de Gás, da Rede de Distribuição da Portgás e do Armazenamento Subterrâneo para cumprir com os objetivos da Estratégia Nacional para o Hidrogénio quanto à incorporação de gases de origem renovável no Sistema Nacional de Gás. 

O principal objetivo é, numa primeira fase, certificar as infraestruturas de transporte e armazenamento da REN para receber até 10% em volume de hidrogénio misturado com Gás Natural e certificar as infraestruturas de distribuição até 20%. Isto para que seja possível garantir as primeiras injeções de hidrogénio no Sistema Nacional de Gás no final de 2023. Posteriormente, e até final de 2024, o objetivo é avaliar e identificar o roteiro de adaptações e investimentos para assegurar a adequação destas infraestruturas para receber até 100% de hidrogénio. 

Eletricidade
Gas

Hydrogen Valleys

A REN está a desenvolver soluções de infraestruturas para integrar multi-produção e multi-consumo na cadeia de valor do Hidrogénio 100% renovável em polos/ecossistemas de âmbito local e/ou regional. Estas soluções são alavancadas no conhecimento existente da operação das atuais concessões de gás. 

A REN Gás lidera a Agenda H2 Green Valley, candidata a financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência e selecionada para processo de negociação com a Agência para a Competitividade e Inovação.

O consórcio conta ainda com a REN Gasodutos, Dianagás (Floene), Bosch Termotecnologia, Hylab, Instituto Superior Técnico e Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia.

O projeto reúne um conjunto de projetos complementares na cadeia de valor do hidrogénio verde que visam desenvolver infraestruturas para transporte, armazenamento e distribuição, com o objetivo de criar o primeiro hub de hidrogénio verde, em Sines, até 31 de dezembro de 2025. 

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Projeto Celza

O “Celza” é um projeto de gasoduto para hidrogénio renovável de interligação entre Portugal e Espanha. Este projeto integra o recente compromisso assumido pelos governos de Portugal, Espanha e França para o desenvolvimento do Corredor de Hidrogénio Verde no quadro do REpowerEU, denominado H2MED. O objetivo é criar condições técnicas de exportação de H2 da Península Ibérica para o centro da Europa.

Este projeto prevê a construção de dois novos troços de gasoduto 100% hidrogénio – Figueira da Foz-Cantanhede e Celorico da Beira-Zamora – bem como a conversão para 100% hidrogénio das secções que integram a rede de gás existente entre Cantanhede-Celorico da Beira-Monforte.

Desta forma, são alavancados os resultados dos trabalhos em curso no Programa de Conformidade de Ativos e criando capacidade de receção para receber hidrogénio numa região com elevado potencial.

Neste momento, a REN, juntamente com os Operadores da Rede de Transporte espanhol e franceses - Enagás, GRT Gas e Terega – está a desenvolver os estudos técnicos para suportar a candidatura a Projeto de Interesse Comum da União Europeia, com vista a viabilizar o acesso a apoios financeiros.

Este projeto integra a necessária articulação com os Operadores da Rede de Distribuição das redes de gás no percurso dos gasodutos do Projeto Celza e a avaliação das opções de fornecimento dos utilizadores ao longo do percurso do projeto.

Conheça a atividade da REN como operador do sistema nacional de Gás

FAQ

Temos a resposta para as perguntas frequentes

A REN, nas suas várias concessões de transporte, armazenamento e distribuição de gás, assegura a veiculação de qualquer gás desde que compatível com os seus ativos e dentro do enquadramento legal em vigor. Atualmente, e fruto da evolução política europeia e nacional, é clara a necessidade de incluir gases renováveis no mix energético, tais como o hidrogénio, o biometano e o metano sintético. 

A mistura adequada de hidrogénio com gás natural é assegurada por uma Estação de Mistura e Injeção. O volume de hidrogénio a misturar no gás natural está limitado a uma determinada percentagem, dadas as restrições técnicas existentes, quer ao nível da infraestrutura, quer ao nível da capacidade legal. Em Portugal, a legislação prevê, na rede de transporte, um limite máximo de 5% até 2025 e de 10% até 2030, enquanto na rede de distribuição é de 20%.

A REN está a realizar estudos e a desenvolver os projetos necessários para acomodar estes limites. 

A mistura de hidrogénio verde com gás natural possibilita tirar vantagem das atuais infraestruturas e do consumo de gás existente, criando escala e constituindo um veículo para a descarbonização, para além de potenciar o desenvolvimento do mercado de hidrogénio. 

Para cada consumidor final será necessário validar as características relevantes de qualidade e segurança de gás, de forma a conseguir contabilizar o volume de gás consumido e o poder calorífico superior. Só assim será possível faturar o consumo de energia de forma justa e assegurar que este é entregue com qualidade e segurança. 

Atualmente, a monitorização das misturas de novos gases é feita através da:

  • Atribuição de parâmetros de qualidade do gás a todos os pontos de saída;
  • Criação de áreas de qualidade locais;
  • Instalação de dispositivos para determinar o poder calorífico em pontos críticos da rede;
  • Simulação computacional da qualidade do gás;
  • Combinação do poder calorífico dos diferentes tipos de gás por condicionamento.
  • As características da instalação irão ditar a viabilidade técnica e económica de cada solução. 


As características da instalação irão ditar a viabilidade técnica e económica de cada solução.

Para questões relacionadas a ligações à Rede de Transporte de Gás, entre em contacto com a REN através do email  gas.ligacao@ren.pt. 

Existem diferentes processos e tecnologias para a produção de hidrogénio: 

Hidrogénio Cinzento: Utiliza combustíveis fósseis como fonte energética, com emissão de CO2 para a atmosfera. Pode ser produzido através da reformação por vapor do carvão ou do gás natural. 

Hidrogénio Azul: Utiliza o gás natural como fonte energética. O CO2 libertado é capturado, armazenado e utilizado em diversos processos industriais ou enterrado no solo. É produzido através da reformação por vapor do gás natural. 

Hidrogénio Verde: Utiliza fontes de energia renovável. É produzido através da eletrólise da água, de processos foto-eletroquímicos, da gaseificação de matérias orgânicas a altas temperaturas e da digestão anaeróbica da biomassa. 

A Estratégia Nacional para o Hidrogénio aponta para a produção do hidrogénio verde em Portugal de duas formas:  

  • Centralizada para uma produção de grande escala; 
  • Descentralizada para uma produção em pequena escala e próxima dos locais de consumo, como por exemplo, junto a locais de recolha e tratamento de águas residuais-domésticas e industriais, de forma a aproveitar este recurso. 

Portugal necessita de reduzir, até 2050, 85% a 90% das emissões de gases com efeito de estufa, utilizando o solo e a floresta para compensar as restantes emissões. Ou seja, é necessário reduzir as emissões entre 45% e 55% até 2030, e entre 65% e 75% até 2040, em comparação com 2005.  

O Decreto-Lei n.º 62/2020 criou as condições para a incorporação de gás de origem renovável e gases de baixo teor de carbono nos ativos do Sistema Nacional de Gás. Esta injeção de novos gases permitirá reduzir significativamente as emissões de C02 e aumentará o consumo de energia de origem renovável, permitindo assim atingir as metas climáticas definidas.  

De acordo com os artigos de Separação Jurídica do Decreto-Lei 62/2020 de 28 de agosto, a REN não pode deter qualquer participação social numa empresa de produção nem de comercialização.  

As vantagens da introdução de gases de origem renovável no Setor Nacional de Gás passam por: 

  • Em complemento com a estratégia de eletrificação, reduzir os custos da descarbonização;  
  • Reforçar a segurança do abastecimento, já que o hidrogénio consegue armazenar energia com origem em eletricidade renovável por períodos de longa duração;  
  • Reduzir a dependência energética nacional ao utilizar na produção fontes endógenas;  
  • Produzir combustíveis limpos;  
  • Promover a eficiência na produção e no consumo de energia;   
  • Incentivar o crescimento económico e criação de emprego através do desenvolvimento de novas indústrias e serviços relacionados; 
  • Maior sustentabilidade dos investimentos na rede de gás, permitindo revitalizar a economia rural, com menor densidade populacional, mas maior prevalência de setores primários; 
  • O armazenamento de gás comprimido a elevadas pressões (200-700 bar) é o método preferencial onde a solicitação de hidrogénio é variável e não muito alta, nomeadamente em unidades de pilha de células de combustível, nos autocarros, automóveis, em habitações, estabelecimentos comerciais e industriais; 
  • A passagem do hidrogénio ao estado líquido dá-se a temperaturas abaixo dos -235ºC, pelo que pode ser armazenado em tanques criogénicos; 
  • Os hidretos metálicos, os nanotubos e as nanofibras de carbono, as microesferas de vidro e polímeros permitem o armazenamento de hidrogénio a baixas pressões (< 10 bar). 

As cavernas salinas subterrâneas são adequadas para armazenar hidrogénio, sendo já usadas em Inglaterra e nos Estados Unidos. Estas infraestruturas são também viáveis para armazenar misturas de hidrogénio até 10%, existindo já testes realizados que não revelaram problemas de segurança. No entanto, para a injeção e a mistura em infraestruturas de armazenamento, é necessária uma avaliação da integridade da instalação, o que a REN está a efetuar neste momento no Carriço. 

Um valley de hidrogénio é a junção de diferentes projetos de produção, consumo, transporte, bem como de armazenamento e compressão, com o objetivo de criar um mercado local de hidrogénio. Um valley pode ser desenvolvido numa lógica fechada, em que a produção é dimensionada para satisfazer autoconsumo, ou numa lógica de acesso livre viabilizando a ligação de diferentes produtores e consumidores locais. É este o caso da Agenda H2 Green Valley, liderada pela REN Gás e candidata a financiamento do PRR para constituição do primeiro valley de hidrogénio em Portugal na Zona Industrial e Logística de Sines. 


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