Numa altura em que se aproxima a fase crítica dos incêndios, mais de 140 bombeiros dos distritos de Braga, Viana do Castelo, Porto, Bragança e Vila Real, e outros responsáveis da proteção civil, estiveram presentes, na Póvoa de Lanhoso, para uma sessão sobre fogos florestais e infraestruturas elétricas. Esta iniciativa organizada pela REN e pela Liga dos Bombeiros Portugueses, juntou 50 corporações, que participaram ainda num exercício prático de prevenção de incêndios, que decorreu na Subestação da REN, em Pedralva, Braga.
Com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Póvoa do Lanhoso, Frederico Castro, o evento contou com a participação de Domingos Xavier Viegas, do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra, um dos maiores especialistas do tema do país, que fez uma apresentação sobre a interação entre o fogo e a atmosfera. A sessão contou ainda com apresentações de especialistas da REN sobre gestão florestal, prevenção e combate a incêndios em subestações na vizinhança de linhas elétricas.
António Nunes, Presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, encerrou a sessão, não sem alertar para a “indispensabilidade da formação e instrução dos Bombeiros, em particular para os riscos específicos de elevada complexidade”.
Segundo Frederico Castro, Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, “o Município, ao longo dos últimos 3 anos, tem efetuado um grande investimento na Proteção Civil Municipal, não só apoiando os serviços municipais, mas também os Bombeiros Voluntários. Mas, para maximizar a proteção do nosso território, temos investido numa série de parcerias com diversos organismos e entidades”. “Gostaria de destacar neste campo a REN que, com o seu trabalho de gestão de combustível e limpeza das faixas de servidão, tem contribuído de forma decisiva para a segurança do nosso território”, concluiu.
Da parte da tarde, realizou-se um simulacro de incêndio na Subestação de Pedralva da REN com a participação das corporações dos Bombeiros Sapadores e dos Bombeiros Voluntários de Braga, que teve como objetivo testar a eficácia dos planos de emergência, treinar a coordenação entre equipas e avaliar a capacidade de resposta em situações de risco real.
Com 66% das suas linhas elétricas e gasodutos inseridos em espaços rurais, nos últimos cinco anos a REN fez a gestão e limpeza de mais de 50 mil hectares. Este trabalho é efetuado em terrenos que não pertencem à REN, o que implica um contacto com os proprietários antes de qualquer intervenção. Neste trabalho de prevenção, só no ano de 2024, foram contactados mais de 36 mil proprietários.
Em 2024, a nível nacional, a REN procedeu à gestão e limpeza de vegetação numa área de cerca de 10.200 hectares, tendo para esse efeito contactado mais de 36 mil proprietários. Ainda em 2024, e tendo em conta a adaptação dos usos dos solos das faixas de proteção das linhas, foram (re)arborizados 461 hectares, com o envolvimento de 1 900 proprietários.
A REN, através do seu programa de reflorestação das faixas de servidão, entre 2010 e 2024 já (re)arborizou 4 553 hectares, com a plantação de mais de 1,5 milhões de árvores. Neste processo foram envolvidos mais de 24 mil proprietários, sendo as espécies mais plantadas o medronheiro e o carvalho, aumentando a biodiversidade e a resiliência aos incêndios florestais das áreas intervencionadas.
Desde 2020, e durante toda a época de incêndios, a REN tem em operação seis equipas de prevenção e vigilância, disponíveis 24 horas/dia, 7 dias por semana. Estas equipas estão equipadas com equipamento de primeira intervenção, que lhes permite fazer uma primeira intervenção de combate aos focos de incêndio.
Desde 2009, a REN doou 95 veículos no âmbito da prevenção de fogos florestais. 65 veículos foram doados a corporações de Bombeiros Voluntários, 30 a equipas de prevenção de incêndios da proteção civil das autarquias.