15 novembro 2019

Resultados do trimestre em linha com o esperado, diminuição de EBITDA e resultado líquido refletindo a baixa de juros de Portugal

 

  • Taxa efetiva de imposto de 39,5% incluindo a contribuição extraordinária sobre o sector energético 
  • EBITDA de 368 M€ e resultado liquido de 86,3M€ reflexo de menor remuneração dos ativos nacionais devido a baixa de juros pagos pela República
  • Resultados financeiros crescem 9,3%
  • Utilização do terminal de GNL de Sines foi a mais elevada de sempre 
  • Produção fotovoltaica supera, pela primeira vez, os 500MW de potência máxima
  • Níveis de qualidade da operação mantêm-se no referencial mais alto

 

A REN - Redes Energéticas Nacionais obteve um resultado líquido de 86,3 M€ nos primeiros nove meses do ano, uma queda de 5% face ao período homólogo. A penalizar os resultados esteve a carga fiscal, que se traduziu uma taxa efetiva de imposto de 39,5%, com a Contribuição Extraordinária para o Setor Elétrico (CESE) a representar 24,4 M€.

O EBITDA foi de 368M€, uma variação de -2,7% face ao período homólogo. Como esperado, a evolução deste indicador decorre da descida das taxas de remuneração, em resultado da redução das taxas de juro das Obrigações de Tesouro e da Base de Ativos Regulada.

A contribuir positivamente estiveram os resultados financeiros (9,3%), que beneficiaram da diminuição da Dívida Líquida (-2,2%) e da contínua redução do custo médio da dívida (2,2% nos 9M19, versus 2,3% nos 9M18). 

O CAPEX aumentou 64,1%, atingindo 110,3M€, enquanto que as transferências para a Base de ativos subiram 84,8%, para 60,1M€. 

A nível operacional, para além da manutenção dos altos padrões de nível de serviço habituais, os primeiros nove meses do ano foram marcados por novos valores históricos de potência máxima nacionais: a produção eólica, em março, atingiu 4646 MW e a produção fotovoltaica, que em julho contava com cerca de 650 MW instalados, ultrapassou pela primeira vez os 500 MW de potência máxima. Estes valores evidenciam o peso crescente das fontes de energia renovável, refletindo as prioridades da politica de transição energética.

A produção repartiu-se por fontes renováveis, com 45%, não renováveis com 44% e importação (restantes 11%). Nas renováveis, as eólicas abasteceram 24% do consumo, as hidroelétricas 14%, a biomassa 5% e as fotovoltaicas 2,3%. Nas não renováveis, o gás natural abasteceu 32% e o carvão 12%. A produção a carvão esteve em queda no período, particularmente em agosto e setembro, meses em que as centrais a carvão tiveram a utilização mais baixa de sempre no sistema nacional. 

No final do terceiro trimestre, o consumo acumulado anual de energia elétrica registou uma evolução homóloga negativa de 2,1%, ou menos 1% com correção de temperatura e dias úteis. O consumo de gás natural registou uma variação anual homóloga positiva de 2,6%, com um crescimento de 8,2% no mercado elétrico, mantendo-se praticamente constante no mercado convencional. A utilização do terminal de GNL de Sines foi a mais elevada de sempre, com a operação de 51 navios.

Neste período, o Datacentre da REN em Riba de Ave recebeu o primeiro supercomputador a operar em Portugal, marcando o arranque das atividades do 'Minho Advanced Computing Centre' da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o qual aumentou em cerca de 10 vezes a capacidade nacional de computação.

Desde 12 de julho, e de forma a assegurar o equilíbrio entre a produção e o consumo, a REN arrancou com o projeto-piloto de participação do consumo no mercado de reserva de regulação. 

Já depois do fecho dos primeiros 9 meses do ano, a 1 de outubro, a REN adquiriu a totalidade do capital social da Transemel, por 168,6M€, sendo esta transação financiada por dívida. Após a divulgação desta aquisição as três principais agências de notação financeira, Moody's, S&P e Fitch reafirmaram o rating da REN ao nível Investment grade. 

Com a aquisição da Transemel, a REN reforçou um dos seus objetivos de médio e longo prazos, expandindo a sua presença internacional. Localizada, essencialmente, no Norte do Chile, a Transemel opera 92 km de linhas de transporte de eletricidade e 5 subestações, em que aproximadamente 93% dos seus rendimentos provêm de atividades reguladas. Esta aquisição está em linha com o plano estratégico da REN, que assenta numa estratégia de crescimento conservadora.




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