A Portgás está a estudar, com o apoio especializado do INEGI, a viabilidade técnica da injeção de H2 na sua rede de distribuição de gás. Esta injeção de hidrogénio verde terá como objetivo promover a descarbonização do consumo de Gás Natural, mas depende da exequibilidade técnica e da compatibilidade com a rede de distribuição já existente.
'O hidrogénio, enquanto vetor energético, assumirá um papel determinante na implementação das estratégias de descarbonização dos vários setores da economia. Poderá permitir ainda a integração dos sistemas de eletricidade e de gás natural (sector coupling), acelerando a descarbonização do sistema elétrico e tornando possível a descarbonização da rede de gás natural', explica Ricardo Barbosa, responsável pelo projeto no INEGI. 'A rede de Gás Natural constitui, de facto, uma solução otimizada de armazenamento e regulação das sazonalidades da produção de eletricidade renovável. No entanto é necessário, numa primeira fase, avaliar o impacto, em todos os ativos da rede, derivado da injeção gradual de H2 (0 a 100%)'.
Neste contexto e alinhado com a estratégia nacional de descarbonização dos diversos setores da economia, o INEGI tem vindo a apoiar o desenvolvimento de tecnologias de produção, armazenamento e utilização do hidrogénio produzido com base em fontes de energias renováveis.
A participação neste projeto, suportada na rede da Portgás, contribui assim para a transição energética, razão pela qual tem 'atraído o interesse de diversos parceiros tecnológicos de indústrias consumidoras intensivas de energia, bem como de fabrico de equipamentos de consumo de gás natural', conta Ricardo Barbosa.
Hidrogénio vai contribuir para a descarbonização da economia
O estudo contempla, para a rede de distribuição da Portgás, a avaliação do impacto (ao nível dos materiais, dos processos de queima e das condições de segurança e operacionais) da recepção do hidrogénio na corrente de gás nas redes de distribuição nos diversos níveis de pressão. Vai incidir sobre os materiais das redes de distribuição e abastecimento e em componentes como válvulas, sensores e equipamentos de regulação e medida, bem como sobre a influência nos processos de queima, condições de operação e segurança, e funcionamento e desempenho dos equipamentos dos consumidores finais.
A equipa do INEGI vai também averiguar o risco de fugas, as condições de queima onde se inclui a velocidade de propagação de chama, a odorização do gás, bem como o efeito nos materiais da rede e a sua potencial deterioração. 'Todos estes pontos são fulcrais para avaliar o impacto da presença do hidrogénio', salienta o responsável que garante que 'a partir desta informação poderemos definir requisitos e normas a serem cumpridos de forma a que seja possível receber o gás dos produtores e operar ao longo da rede de distribuição, em condições de eficiência e segurança' de forma coordenada a nível nacional pela Gestão Técnica Global do Sistema para gestão em cada momento dos fluxos de produção a integrar no sistema nacional de gás.
O projeto, insere-se na estratégia de Descarbonização e Digitalização dos ativos de distribuição da Portgás, assente na redução de emissões de gases de efeito estufa e compromisso com a descarbonização do setor, com a priorização de estudos na área da viabilização da injeção de gases renováveis na Rede de Gás do Grupo REN, no reforço do seu papel de operador sem qualquer participação em investimentos ou interesses de produção de gás.