O abastecimento de gás natural em Portugal foi efetuado integralmente a partir do Terminal de GNL de Sines durante o mês de fevereiro, registando-se inclusivamente exportações através da interligação com Espanha, equivalentes a cerca de 10% do consumo nacional.
Já o mercado de gás natural registou, em fevereiro um crescimento homólogo de 21%, impulsionado pelo segmento de produção de energia elétrica, com um aumento de quase 400%, devido à reduzida disponibilidade de energia renovável, ao contrário do que tinha acontecido no período homólogo anterior. No segmento convencional, que abrange os restantes consumidores, registou-se, tal como vem acontecendo nos últimos meses, uma forte contração homóloga de 23%. Nos primeiros dois meses do ano, o consumo acumulado anual de gás natural registou uma variação de 5,7%, com um crescimento de 123% no segmento de produção de energia elétrica e uma contração de 26% no segmento convencional.
Em fevereiro o consumo de energia elétrica apresentou um crescimento homólogo de 3,1%, que se reduz para 1,6% com correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis. A evolução anual registou uma variação negativa de 2,3%, ou de menos 0,1% com correção da temperatura e dias úteis.
Ainda em fevereiro, acentuaram-se as condições meteorológicas particularmente negativas para as energias renováveis. O índice de produtibilidade hidroelétrica ficou reduzido a 0,14 (média histórica igual a 1) e o de produtibilidade eólia a 0,71 (média histórica igual a 1), com as condições verificadas a favorecerem apenas a produção fotovoltaica, com um índice de 1,13 (média histórica igual a 1), mas com uma expressão ainda muito inferior às outras tecnologias. Em fevereiro a produção fotovoltaica atingiu pelo primeira vez potências superiores a 1000 MW. A produção renovável abasteceu apenas 37% do consumo, a não renovável 30%, enquanto os restantes 33% foram abastecidos com recurso a energia importada. Relativamente à importação, trata-se da percentagem mais elevada desde agosto de 1985.
No período de janeiro e fevereiro, o índice de produtibilidade hidroelétrica situou-se em 0,25 (média histórica igual a 1), o de produtibilidade eólica em 0,83 (média histórica igual a 1) e o de produtibilidade solar em 1,25 (média histórica igual a 1). Nestes dois meses, a produção renovável abasteceu 45% do consumo, repartida pela eólica com 25%, hidroelétrica com 11%, biomassa com 6% e fotovoltaica com 3,6%. A produção a gás natural abasteceu 31% do consumo, com os restantes 24% a corresponderem ao saldo importador.