O consumo de energia elétrica em Portugal continua a crescer em 2025, tendo aumentado 2,5 % nos primeiros dez meses do ano em comparação com o mesmo período em 2024 (2% com correção da temperatura e dias úteis). O consumo no mês de outubro subiu mesmo 1,1% (1,7% com correção da temperatura e dias úteis) em comparação com o período homólogo.
No mercado de gás natural, manteve-se a tendência de crescimento, com um aumento mensal homólogo em outubro de 18%, sustentada pelo segmento de produção de energia elétrica, que registou este mês uma evolução homóloga positiva superior a 100%. Em sentido contrário o segmento convencional, que abrange os restantes clientes, registou uma descida homóloga de 5,8%. Só no mês de outubro, o consumo de gás natural registou um aumento homólogo de 13%, resultado de um crescimento de 131% no segmento de produção de energia elétrica, que compensou a quebra de 7,7% no segmento convencional.
O aprovisionamento do sistema nacional manteve-se em outubro predominantemente através de terminal de GNL de Sines, com a interligação com Espanha a representar 8%. Nos primeiros 10 meses do ano, o abastecimento efetuou-se fundamentalmente a partir do terminal de Sines, com Nigéria e EUA a representarem, respetivamente, 48% e 43% do aprovisionamento do sistema nacional.
No segmento da energia elétrica, entre janeiro e outubro, o índice de produtibilidade hidroelétrica situa-se em 1,33, o de produtibilidade eólica em 1,00 e o de produtibilidade solar em 0,89 (média histórica de 1). Neste período, a produção renovável abasteceu 68% do consumo, ligeiramente abaixo dos 72% registados no mesmo período do ano anterior, repartida pela hidroelétrica com 26%, eólica com 24%, fotovoltaica com 13% e biomassa com 5%. A fotovoltaica continua a apresentar crescimentos elevados, com uma produção 28% superior à do mesmo período do ano anterior. Já a produção através de gás natural abasteceu 15% do consumo enquanto os restantes 17% corresponderam a energia importada.
Em outubro, as condições foram particularmente desfavoráveis para a produção renovável. A componente hidroelétrica registou um índice de 0,64, a eólica de 0,82 e a solar de 0,93. A produção renovável apresentou o share mais baixo desde setembro de 2023, abastecendo ainda assim 50,2% do consumo. A produção não renovável abasteceu 18%, enquanto os restantes 32% corresponderam a energia importada.