O consumo de energia elétrica em Portugal subiu 9,4% em março, face ao período homólogo, ou 8,3% com correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis. A evolução anual registou, no final do trimestre, uma variação positiva de 1,3%, ou 2,5% com correção da temperatura e dias úteis.
Este mês, apesar das precipitações verificadas, o índice de produtibilidade hidroelétrico não ultrapassou os 0,43 (média histórica igual a 1), consequência do prolongado período de seca que se vem registando. Nas eólicas, o regime foi mais favorável com o índice de produtibilidade respetivo a registar 1,11 (média histórica igual a 1) enquanto nas fotovoltaicas se situou em 0,80 (média histórica igual a 1). A produção renovável abasteceu 57% do consumo, a não renovável 30%, enquanto os restantes 13% corresponderam a energia importada.
No primeiro trimestre, o índice de produtibilidade hidroelétrica situou-se em 0,30 (média histórica igual a 1), o de produtibilidade eólica em 0,93 (média histórica igual a 1) e o de produtibilidade solar em 1,05 (média histórica igual a 1) . Neste período, a produção renovável abasteceu 49% do consumo, repartida pela eólica com 28%, hidroelétrica com 12%, biomassa com 6% e fotovoltaica com 3,5%. A produção a gás natural abasteceu 30% do consumo, enquanto os restantes 21% a corresponderem ao saldo importador.
No mercado de gás natural registou-se em março um crescimento homólogo de 7,7%, devido ao comportamento do segmento de produção de energia elétrica que apresentou um aumento de mais de 100%, ainda devido à reduzida disponibilidade de energia renovável, ao contrário do que tinha acontecido no período homólogo anterior. No segmento convencional, que abrange os restantes consumidores, mantém-se a forte tendência de contração que se vem registando, principalmente ao nível dos grandes consumidores industriais, com uma variação homóloga negativa de 21%. O abastecimento foi efetuado integralmente a partir do Terminal de GNL de Sines, mantendo-se exportações através da interligação com Espanha equivalentes, este mês, a cerca de 7% do consumo nacional.
No final do trimestre, o consumo acumulado anual de gás natural registou uma variação de 6,6%, resultado de um crescimento de 118% no segmento de produção de energia elétrica e uma contração de 24% no segmento convencional. O consumo registado no segmento de produção de energia elétrica foi o mais elevado de sempre para o primeiro trimestre.