O consumo de gás natural em Portugal manteve, em novembro, a tendência de forte crescimento, principalmente no segmento de produção de energia elétrica, onde as centrais a gás natural têm suprido em grande parte a redução de produção renovável. Assim, no mercado elétrico registou-se este mês um crescimento homólogo de 22%, enquanto no segmento convencional se registou uma variação de 1,6%. No final de novembro o consumo de gás natural apresentou uma variação acumulada de 28%, com crescimentos de 93% no mercado elétrico e de 4,3% no mercado convencional. O consumo acumulado em 2017, no final de novembro, foi de 64 309 GWh, 11% acima do máximo anual registado em 2010.
Já o consumo de energia elétrica, registou, em novembro, uma variação negativa de 0,2%, face ao período homólogo do ano anterior, devido fundamentalmente ao efeito das temperaturas acima dos valores médios para esta época do ano. Considerando a correção dos efeitos de temperatura e do número de dias úteis, o consumo teria registado uma evolução positiva de 1,6%. No final de novembro a variação acumulada anual situa-se agora em 0,4%, ou 1,3% com correção de temperatura e dias úteis.
As condições hidrológicas permaneceram extremamente negativas com o índice de produtibilidade hidroelétrica deste mês a situar-se em 0,16, valor semelhante ao registado em outubro. Tal como já tinha acontecido no mês anterior, este índice é o mais baixo de sempre, agora para o mês de novembro (registos da REN desde 1971). Na produção eólica as condições mantiveram-se também desfavoráveis com o índice de produtibilidade respetivo a situar-se em 0,79 (média histórica igual a 1), o 3º índice mais baixo, para o mês de novembro, dos registos da REN (desde 2001). Face às condições climatéricas registadas, as fontes renováveis abasteceram apenas 36% do consumo de eletricidade, que, para o mês de novembro, é o valor mais baixo desde 2008. A produção não renovável abasteceu 64% com o gás natural a representar 37% e o carvão 27%. O saldo de trocas com o estrangeiro foi ligeiramente exportador, equivalendo a 1,5% do consumo nacional.
No período de janeiro a novembro o índice de produtibilidade hidroelétrica situa-se em 0,51 (média histórica igual a 1), e o índice de produtibilidade eólica em 0,96 (média histórica igual a 1). No mesmo período a produção renovável abasteceu 40% do consumo mais saldo exportador, com as centrais hidroelétricas a representarem 11% do consumo, as eólicas 22%, a biomassa 5% e as fotovoltaicas 1,6%. A produção não renovável abasteceu os restantes 60% do consumo, repartido pelo gás natural com 34% e pelo carvão com 26%. O saldo exportador registado neste periodo equivale a 6,4% do consumo nacional.