O Sistema Nacional de Gás Natural exportou, no passado dia 10 de janeiro, gás natural pela interligação de Campo Maior, a primeira vez nos seus 22 anos da história. Nesse dia, o fluxo total de gás no VIP Ibérico (ponto virtual que agrega as capacidades das interligações internacionais) para abastecimento do sistema espanhol foi de aproximadamente um milhão de metros cúbicos, tendo sido quase totalmente transportados pela interligação de Campo Maior.
A interligação de Campo Maior tem um especial significado pelo papel que desempenhou na introdução do gás natural no mercado nacional em 31 de Janeiro de 1997. A possibilidade de diversificação das fontes de aprovisionamento, foi posteriormente alcançada com a entrada em serviço comercial do Terminal de Gás Natural Liquefeito de Sines, em 2004.
A forte competitividade do Terminal de Sines e o evento de uma vaga de frio na Europa e em particular em Espanha têm levado a que o mercado recorra ao sistema nacional como porta de entrada na Europa. Este evento, é um sinal claro de como a competitividade do sistema português aliada à sua localização geográfica marítima pode vir a constituir um ponto de entrada relevante para a Europa sobretudo em situações de picos de consumo, como o que se verificou durante janeiro. Reflexo disso mesmo, o Terminal de Gás Natural Liquefeito de Sines atingiu, em 2018, novos recordes superando os anteriores máximos registados nas operações de carga de cisternas, de energia emitida para a RNTGN (Rede Nacional de Transporte de Gás Natural), e de navios rececionados, tendo igualmente assinalado um outro feito, antes do final do ano, a 22 de dezembro, com a receção do navio 500.
Desde que se iniciou a exportação de gás natural para Espanha, no final do passado mês de Outubro, o valor diário mais elevado de exportação comercial solicitada pelo mercado foi de 3,2 milhões de metros cúbicos, verificado no dia 16 de Janeiro, o que correspondeu a 47% da capacidade total disponibilizada para exportação no VIP Ibérico.