Há 46 anos que a produção de energias renováveis não tinha tanto peso no abastecimento do consumo de energia elétrica em Portugal. Em abril, as renováveis foram responsáveis pelo abastecimento de 94,9% do consumo, aproximando-se dos 95,4% atingidos em maio de 1978. Este é o quarto mês consecutivo com valores acima dos 80%, depois dos 91% em março, 88% em fevereiro e 81% em janeiro. Em abril, o consumo cresceu 3,4%, uma subida de 0,2% considerando a correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis.
Nos primeiros quatro meses do ano, a produção renovável abasteceu 90% do consumo de energia elétrica, repartida pela hidroelétrica com 48%, eólica com 30%, fotovoltaica com 7% e biomassa com 6%. A produção a gás natural abasteceu 9% do consumo, enquanto o saldo de trocas com o estrangeiro foi praticamente nulo.
Em abril, o índice de produtibilidade hidroelétrico atingiu 1,49, o eólico 1,08 e o solar 1,01 (médias históricas de 1). A componente solar, embora seja a menos significativa das três, continua a crescer significativamente, com pontas já acima de 2100 MW, tendo atingido em abril o peso mensal mais elevado de sempre, correspondendo a 10,5% do consumo.
Quanto ao segmento de produção de energia elétrica através de gás natural, condicionado pela elevada disponibilidade de energia renovável, este mantém uma tendência de redução do consumo, com uma queda mensal homóloga de 86%. Já no segmento convencional verificou-se uma subida homóloga positiva, próxima dos 5%. O aprovisionamento do sistema nacional continua a ser efetuado quase integralmente a partir do terminal de GNL de Sines.
No final de abril, o consumo acumulado anual de gás registou uma variação homóloga negativa de 12%, com o segmento de produção de energia elétrica a contrair 50% e o segmento convencional a crescer 5,6%. Para este período trata-se do consumo mais baixo desde 2004.