A produção de energia solar atingiu, pela primeira vez, 10% do consumo de energia elétrica durante um mês, no mês de julho. Ainda no mesmo período, a produção hídrica abasteceu 6% do consumo, a eólica 22%, e a biomassa 6%.
A produção não renovável foi responsável por 28% do consumo, enquanto os restantes 28% correspondem a energia importada. Já o consumo de energia elétrica diminui 5,4% em julho relativamente ao período homólogo, uma contração influenciada pelas temperaturas moderadas sentidas este mês, contrariamente ao sucedido o ano passado. Ainda assim, mesmo descontando os efeitos de temperatura e número de dias úteis, registou-se uma redução de 3,1% no consumo elétrico.
O índice de produtibilidade hidroelétrico registou 0,61 em julho, um valor muito inferior à média, mas com pouco significado, tratando-se do período de verão, em que as afluências são praticamente nulas. Os regimes eólico e solar ficaram acima dos valores médios situando-se respetivamente em 1,08 e 1,05. Já nos primeiros sete meses do ano, o consumo diminuiu 0,9% face ao período homólogo, ou seja, um recuo de 0,8% tendo em conta a correção da temperatura e dias úteis. Esta queda é explicada pelo aumento do autoconsumo a partir de produção fotovoltaica, sem o qual o consumo elétrico estaria em linha com o do ano anterior.
No período de janeiro a julho, o índice de produtibilidade hidroelétrica registou 0,78, o de produtibilidade eólica 0,94 e o de produtibilidade solar 1,06. A produção renovável abasteceu 58% do consumo, repartida pela eólica com 24%, hidroelétrica com 21%, fotovoltaica com7% e biomassa com 6%.
A produção a gás natural abasteceu 21% do consumo, enquanto os restantes 21% corresponderem à energia importada. No que toca ao consumo de gás natural, durante os primeiros sete meses do ano diminuiu 20%, penalizado pela queda de 4,8% registada no segmento convencional e de 39% no elétrico. Trata-se do consumo mais baixo do sistema nacional desde 2014, para este período.
Em julho, manteve-se essa tendência de contração no mercado do gás natural, com uma diminuição homóloga de 16%. Foi repartida pelo segmento convencional, com menos 3,8%, e pelo segmento de produção de energia elétrica com um recuo de 20%. No caso do segmento de produção de energia elétrica, a quebra foi devido à maior disponibilidade de energia renovável este ano.
Em julho, o abastecimento nacional efetuou-se quase integralmente a partir do terminal de GNL de Sines, com o saldo de trocas através da interligação com Espanha a registar um saldo exportador equivalente a cerca de 9% do consumo nacional.