O consumo de energia elétrica avançou 4,4% em setembro, face ao período homólogo, influenciado pelas temperaturas acima dos valores normais para esta época do ano. Considerando a correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis a evolução situa-se em +1,4%. A variação acumulada anual situa-se agora em 3,0%, ou 1,7% com correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis.
Este mês, as condições hidrológicas continuaram favoráveis, apesar da precipitação reduzida, com um índice de hidraulicidade de 1,48 (média histórica igual a 1). Este valor deveu-se fundamentalmente a afluências à bacia do Douro, por desarmazenamento das albufeiras espanholas a montante. A produção eólica, num mês que estatisticamente já é o mais baixo do ano, registou valores reduzidos, com o índice de produtibilidade respetivo a situar-se em 0,61 (média histórica igual a 1). Trata-se do índice de produtibilidade mais baixo desde que há registos (2001). No conjunto, a produção renovável, situou-se ao nível mais baixo do ano, abastecendo 34% do consumo nacional + saldo exportador. O saldo de trocas com o estrangeiro manteve-se ligeiramente exportador, equivalendo este mês a 2,6% do consumo nacional.
O índice de produtibilidade hidroelétrica anual situa-se, no final do mês, em 1,20 (média histórica igual a 1), enquanto o índice de produtibilidade eólica regista 0,98(média histórica igual a 1), ligeiramente abaixo do valor médio. No período de janeiro a setembro, a produção renovável abasteceu 52% do consumo, repartida pela hidroelétrica com 24%, eólica com 21%, biomassa com 5% e fotovoltaica com 1,6. A produção não renovável abasteceu os restantes 48% do consumo, repartido pelo gás natural com 27% e pelo carvão com 20%. O saldo de trocas com o estrangeiro é exportador, equivalendo a cerca de 7% do consumo nacional.
No mercado de gás natural, em setembro, embora se tenha verificado ainda uma pequena redução no segmento de energia elétrica, de menos 2,5%, o crescimento de 2,4% do segmento convencional levou a um crescimento global homólogo, de 0,3%. No final de setembro, o consumo de gás natural regista uma variação anual negativa de 7,3% face ao verificado no mesmo período do ano anterior, resultado de uma contração de 25% no mercado elétrico e de um crescimento de 4,7% no segmento convencional.