O consumo de energia elétrica recuou 10% em março, face ao período homólogo. Esta variação reflete as temperaturas acima dos valores normais para este mês, ao contrário do que se tinha verificado em março do ano anterior, que foi particularmente frio. No conjunto do primeiro trimestre, ainda por efeito das temperaturas acima dos valores médios, o consumo registou uma quebra homóloga de 3,5%.
Com as precipitações a manterem-se reduzidas, o índice de produtibilidade hidroelétrica não ultrapassou os 0,57 (média histórica igual a 1). Na produção eólica registou-se o índice mais baixo dos registos REN (desde 2001) para o mês de março, 0,81 (média histórica igual a 1), à semelhança do que já tinha acontecido no mês anterior, não obstante se ter registado no dia 6 um novo máximo instantâneo na produção, com 4640 MW. Este mês, a produção renovável abasteceu 51% do consumo nacional, a produção não renovável 30%, enquanto os restantes 19% foram abastecidos com recurso a energia importada.
No primeiro trimestre, o índice de produtibilidade hidroelétrica situou-se em 0,52 (média histórica igual a 1), enquanto o de produtibilidade eólica regista 0,88 (média histórica igual a 1), tratando-se neste último caso no segundo valor mais baixo dos registos REN. Com as condições negativas nas principais fontes de produção renovável, o share respetivo não ultrapassou neste trimestre os 50% do consumo, repartido pela eólica com 26%, hidroelétrica 18%, biomassa 5% e fotovoltaica 1,7%. A produção não renovável abasteceu 37% do consumo, repartido pelo gás natural com 20% e pelo carvão com 17%. O saldo importador, que tem registado nos últimos meses valores particularmente elevados, abasteceu cerca de 13% do consumo.
No mercado de gás natural o consumo nacional registou em março uma variação homóloga negativa de 1,9%, devido, também ao efeito das temperaturas elevadas, que se fez sentir no segmento convencional, com uma contração de 2,2%. No segmento do mercado elétrico registou-se um crescimento marginal de 0,3%. No final do 1º trimestre o consumo de gás natural registou uma quebra de 7%, com uma contração de 32% no mercado elétrico e de um crescimento de 2,6% no mercado convencional.