A REN e a Quercus assinaram hoje um protocolo de apoio ao programa 'Floresta Comum' com duração de cinco anos. Trata-se de um programa de fomento e incentivo à criação de uma floresta autóctone com altos índices de biodiversidade e de produção de serviços de ecossistema.
Para assinalar esta parceria, cerca de 150 crianças do Agrupamento de escolas de Gouveia plantaram 2500 árvores cedidas pelo ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, sob o lema 'Juntos Plantamos o Futuro'.
Esta ação surge no âmbito da conclusão da 1ª fase da 3ª interligação a Espanha (Zamora) do gasoduto que liga Mangualde, Celorico e Guarda, um projeto que permite o acesso ao gás natural por parte dos concelhos de Gouveia, Fornos de Algodres e Celorico da Beira e reforça a segurança do abastecimento do País, ao fechar em anel os gasodutos Monforte-Guarda e Cantanhede- Mangualde.
O protocolo assinado em Casais de Folgosinho, Gouveia, contou com a presença de Luís Tadeu, Presidente da Câmara de Gouveia, Nuno Sequeira, Presidente da Quercus, João Gaspar, responsável pela área de Servidões e Património da REN, entre outras entidades.
'O alinhamento de objetivos e abordagem entre o projeto Floresta Comum e a estratégia da REN para a gestão das faixas de servidão das linhas, justificam a adesão da REN ao projeto', de acordo com o responsável pela área de Servidões e Património da REN, João Gaspar. 'Ao possibilitar, por exemplo, aos proprietários rentabilizarem espaços que anteriormente estavam abandonados enquanto otimizamos a gestão das faixas, criamos condições para uma melhor defesa da floresta contra os incêndios e preservação da biodiversidade em cada local', acrescenta João Gaspar.
Para Nuno Sequeira, Presidente da Quercus, 'esta parceria entre a Quercus e a REN constitui um importante passo no relacionamento entre as duas entidades. Com efeito, o âmbito da colaboração mantida nos últimos anos, nomeadamente no estudo e determinação de zonas críticas de impactes das linhas elétricas sobre as aves, será alargado tendo em vista o acompanhamento das ações de florestação com espécies autóctones, realizadas nas faixas de proteção às linhas elétricas, permitindo avaliar a evolução das componentes associadas à Conservação da Natureza, Floresta e Biodiversidade nestas áreas e nas zonas envolventes. Com este importante acordo, esperamos poder contribuir para melhorar o modelo de ordenamento e de gestão florestal existente em Portugal, promovendo uma floresta multifuncional, com recurso a espécies mais adaptadas ao clima e aos solos do nosso país.'
Projeto que leva Gás Natural a Trás os Montes concluído
A 2ª fase deste gasoduto ligará a rede portuguesa à espanhola através de Zamora, reforçando a integração de Portugal na rede transeuropeia de gás, em benefício dos consumidores.
O Gasoduto Mangualde-Celorico da Beira-Guarda, com uma extensão de cerca de 76 quilómetros em tubos de aço, passa por cinco concelhos, 23 freguesias e 943 proprietários, contornando ainda a norte o Parque Natural da Serra da Estrela.
O projeto é cofinanciado pela Comunidade Económica Europeia ao abrigo do programa EEPR-European Economic Programme Recovery e contou com cerca de 270 trabalhadores e mais de 500.000 horas de trabalho acumuladas.
Ao ficar igualmente ligado às instalações de armazenagem subterrânea de gás natural da REN, no Carriço, na região de Pombal, bem como ao Terminal de gás natural liquefeito da REN, em Sines, o gasoduto Celorico-Zamora valoriza a Península Ibérica como porta de entrada de gás natural no sistema europeu.
Ambiente e biodiversidade preservados
No âmbito deste projeto, e de acordo com a sua política de responsabilidade ambiental e social, a empresa efetuou um conjunto de ações e parcerias de forma a preservar o ambiente e a biodiversidade.
De destacar a plantação de mais de 28000 árvores, entre azinheiras, carvalhos e freixos, numa área de 25 hectares, na zona do Parque Natural da Serra da Estrela, como medida de compensação pelo abate de espécies arbóreas da flora autóctone que foi necessário efetuar para a construção do gasoduto.
No âmbito das medidas de minimização direcionadas exclusivamente à das espécies endémicas foi efetuado um 'Estudo sobre a distribuição do Narciso-do-Mondego (Narcissus scaberulus)', que identificou a localização dos núcleos populacionais desta espécie na zona do projeto e numa 2ª fase ações diretas sobre os núcleos afetados pelos trabalhos de construção, que contemplou a recolha de sementes para posterior realização de sementeiras, bem como a transplantação de bolbos.
Tendo em consideração a primeira fase de avaliação desta operação, realizada em março deste ano, é já possível destacar o elevado êxito obtido, uma vez que se verificou uma taxa de sucesso superior a 80% para todas as zonas de plantação e a presença de rebentos de narciso-do-mondego em todas as sementeiras realizadas.
Durante a execução do projeto, a REN promoveu ainda ações de monitorização da avifauna, dos recursos hídricos e da qualidade do ar. Neste âmbito, a empresa monitorizou espécies de avifauna em perigo de extinção, nomeadamente no período de nidificação e efetuou campanhas de caracterização e monitorização da qualidade do ar e da qualidade da água dos recursos hídricos, nas zonas atravessadas pelo gasoduto.
A REN tem igualmente em curso um programa que visa a introdução de vegetação nas suas faixas de servidão, compatíveis com as suas infraestruturas, que contribuem para a diminuição do risco de incêndio, aumentando os ciclos de intervenção e que fomente uma co-responsabilização dos proprietários dos terrenos em causa.
Para saber mais: www.florestacomum.org/