29 julho 2020

REN mantém qualidade de serviço em semestre com EBITDA a cair perto de 4%

A REN - Redes Energéticas Nacionais concluiu o primeiro semestre de 2020 com um resultado líquido de 46,1 milhões de euros, menos 5 milhões de euros (-9,8%) do que no mesmo período de 2019, continuando a ser penalizado pela Contribuição Extraordinária para o Setor Energético, cuja taxa efetiva de imposto é de 37,3%. Os resultados financeiros melhoraram em 5,4 milhões de euros (20,2%) para -21,4 milhões de euros, sustentados pelo menor custo médio da dívida (1,9% contra 2,2%). 

No primeiro semestre de 2020, o EBITDA diminuiu 10,3 milhões de euros (-4,2%), para €237.0M, devido sobretudo à redução no valor de taxas de remuneração dos ativos (-9,8 milhões de euros) resultantes de obrigações soberanas mais baixas; ao novo enquadramento regulamentar para o gás; e à maior contribuição do OPEX (6,9 milhões de euros). Em contrapartida, o EBITDA beneficiou do negócio da REN no Chile, que foi 3,4 milhões de euros superior ao do período homólogo, com a introdução da Transemel nas contas.

O CAPEX atingiu 60,6 milhões de euros (+10,7 milhões de euros), 75% dos quais relacionados com o negócio da eletricidade, enquanto as transferências para RAB caíram 40,3 milhões de euros, para 9,6 milhões de euros.

A 13 de Maio, devido à crise COVID-19, a ERSE aprovou o prolongamento extraordinário até 2021 do período de regulação 2018-2020 do setor elétrico.

Nos últimos seis meses, com a pandemia provocada pelo SARS Cov-2 ainda a alastrar globalmente, a REN teve alguns dos seus principais projetos de investimento temporariamente suspensos, e assumiu custos adicionais com donativos e medidas de segurança, de acordo com a sua política de apoio à comunidade e aos seus colaboradores. O impacto da COVID-19 no desempenho financeiro da REN foi, no entanto, globalmente neutro no resultado líquido.

Queda no consumo de eletricidade e gás

A nível operacional, os primeiros seis meses do ano ficaram necessariamente marcados pela pandemia. O consumo de energia elétrica registou uma variação negativa de 5,1%, ou 5,2% com correção de temperatura e dias úteis. O consumo de energia elétrica no primeiro semestre de 2020 foi, de resto, o mais baixo desde 2004.

No mesmo período, a produção renovável abasteceu 65% do consumo, repartida pela hidroelétrica (31%), eólica (24%), biomassa (7%) e fotovoltaica (2,5%). A produção não renovável abasteceu 29% do consumo, destacando-se o gás natural, já que a produção através de carvão não teve significado. O saldo de trocas com o estrangeiro foi importador e é equivalente a cerca de 6% do consumo nacional.

No final do semestre, o consumo de gás natural registou uma redução no consumo (-5,4%), com o segmento convencional a contrair 9,4%, apesar de o segmento de produção de energia elétrica ter apresentado um crescimento de 4,9%.

Também em junho, a REN realizou a primeira emissão de Garantias de Origem, que certificam energia elétrica produzida em Portugal a partir de fontes de energia renováveis (à data, mais de 150 empresas tinham solicitado o pedido de inscrição). A REN aderiu também à Associação de Entidades Emissoras (AIB - Association of Issuing Bodies), uma instituição que reúne todas as entidades europeias responsáveis pela certificação de energia verde.

No final do primeiro trimestre, e no seguimento da declaração do estado de emergência face à pandemia da COVID 19, a REN implementou o seu plano de contingência, que se mantém em vigor, em alinhamento com as indicações da Direção Geral de Saúde. Consciente do momento difícil que o País atravessa, a empresa tem estado a trabalhar em permanência para assegurar a salvaguarda da gestão das operações críticas da sua responsabilidade, sem nunca pôr em causa a segurança dos seus colaboradores. Em resultado do trabalho das suas equipas, não se registou qualquer impacto no abastecimento de energia imputado à REN ao longo de todo este período extraordinário.

Já após o final do semestre, a REN integrou com outras empresas nacionais o consórcio H2 Sines, que visa avaliar a viabilidade de criação de um polo de produção de hidrogénio verde em Sines, no âmbito da Estratégia Nacional para o Hidrogénio.



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