19 agosto 2021

"As vezes que passei por filha dos colegas quando os acompanhava no terreno"

«Desde cedo soube qual era a minha vocação! O fascínio e a curiosidade em tentar perceber como funcionavam os brinquedos a pilhas dos meus irmãos mais novos, colocaram-me por vezes em apuros! Não era fácil, para uma criança de 10,12 anos, de chave de fendas na mão, repor todas as peças no lugar certo, mas, com uma dose de engenharia infantil, o 'puzzle' ia sendo montado e os brinquedos lá acabavam por funcionar..., mesmo com alguns excedentes!

Viver a engenharia no feminino, nomeadamente, na área da eletrotecnia/automação, tem sido um caminho desafiante, dado o seu ainda acentuado vínculo masculino, que nos vai proporcionando, a nós mulheres, logo desde os tempos da faculdade, perante professores e colegas, um desenvolvimento de ferramentas de socialização neste ainda 'mundo masculino',... sem ter de usar barba e bigode!

É um trajeto profissional que se inicia com a marcação de um lugar, onde a REN teve um papel importante, quando em 2005, numa clara abertura à oportunidade de género, me permitiu desenvolver as minhas competências nesta área. Recordo com um sorriso no pensamento, as vezes que passei por filha dos colegas quando os acompanhava no terreno, na partilha/aprendizagem de conhecimentos da arte inerente aos Sistemas de Comando e Controlo da REN.

Lugar este que vai sendo conquistado pela forma como vivemos o dia a dia, como nos relacionamos com os colegas, pelo profissionalismo que dedicamos àquilo que fazemos, pela concretização dos objetivos, quer dos nossos, quer da Empresa que servimos.

Hoje, sei que não há Engenharia de Género! Há trabalho, competência, dedicação, partilha, companheirismo, respeito e humildade e, o mais importante, a Família (que muito me apoia). Estes são os meus alicerces nesta profissão de excelência, a Engenharia Eletrotécnica. »| Rita Dias 



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