• Segurança do abastecimento garantida a 100%
• EBITDA cai cerca de 5%, para 118,9M€
• Custo médio da dívida recua para 1,8%.
• Produção de energia através de biomassa com potência máxima recorde e carvão em mínimos de sempre
• Produção fotovoltaica atinge os 578 MW.
• Transporte de Gás Natural com novo máximo de 297,2 GWh
A REN - Redes Energéticas Nacionais registou um resultado líquido 4,3M€ no primeiro trimestre de 2020, um recuo de 8,9M€ em comparação com o período homólogo, enquanto o resultado líquido recorrente atingiu os 32,5M€ (-13,7%). Para estes resultados impactou negativamente não só a queda do EBITDA, como também a Contribuição Extraordinária Sobre o Sector Energético que, pela primeira vez, incorporou a Portgás, e assim aumentou a taxa efetiva de imposto paga pelo grupo para 43,9%.
A dívida líquida teve um acréscimo de 5,2% para 2.759,3M€, reflexo da aquisição e consolidação da Transemel em outubro de 2019. Os resultados financeiros tiveram, no entanto, uma contribuição positiva (1,9M€), na medida em que o custo médio da dívida recuou de 2,3% no primeiro trimestre de 2019 para 1,8% no primeiro trimestre de 2020. Esta melhoria é acompanhada com a manutenção da liquidez em níveis elevados, que garante o financiamento da empresa por mais de dois anos.
O EBITDA foi de 118,9M€ nos primeiros três meses do ano, uma redução de 5% face a idêntico período de 2019. A penalizar esteve a redução da remuneração da base de ativos, afetada pela queda da taxa de remuneração das obrigações da República Portuguesa e pela introdução de um novo quadro regulatório para o Gás Natural. Em compensação, os negócios internacionais no Chile aumentaram a sua contribuição no EBITDA da REN.
O CAPEX cresceu 10,2M€ para 27M€, tendo a eletricidade representado 76% do total. Já as transferências para a Base de Ativos Regulada subiram 1,2M€ para 4,9M€.
Esta manhã, em Assembleia Geral de Acionistas da REN, foi aprovada a distribuição de um dividendo de 17,1 cêntimos por ação.
Recordes históricos marcaram o primeiro trimestre de 2020
No primeiro trimestre do ano, o índice de produtibilidade hidroelétrica situou-se em 0,91 (média histórica igual a 1), enquanto o de produtibilidade eólica registou 0,86 (média histórica igual a 1). Apesar de estes índices terem registado valores inferiores à média histórica, a produção renovável abasteceu 69% do consumo, repartido pela hidroelétrica com 35%, a eólica com 25%, biomassa com 6% e a fotovoltaica com 1,9%. A produção não renovável abasteceu 31% do consumo, praticamente apenas com gás natural, tendo a produção com recurso a carvão registado o trimestre mais baixo de sempre. O saldo do trimestre foi exportador equivalendo a cerca de 1% do consumo nacional.
A produção de eletricidade através de biomassa e a produção fotovoltaica atingiram novos máximos históricos em março. Neste mês, a produção de energia através de biomassa atingiu a potência máxima mais elevada de sempre com 416 MW, enquanto a produção fotovoltaica, à medida que novos parques vão entrando em funcionamento, vai atingindo valores máximos: em março atingiu os 578 MW.
No mercado de gás natural registou-se um aumento de consumo de 17,5%, no final do trimestre, resultado de um crescimento de 90% no mercado elétrico, beneficiando das condições competitivas do gás natural face ao carvão, e de uma contração de 1,3% no mercado convencional. Já em janeiro, o consumo de gás natural em Portugal atingiu um novo máximo histórico mensal, com 6750 GWh.
O Transporte de Gás Natural registou no dia 23 de janeiro, um novo máximo histórico no gás natural transportado pela rede nacional, 297,2 GWh. O anterior máximo era de 05 de dezembro de 2017, dia em que o gás natural transportado atingiu os 275,3 GWh. Este valor foi atingido através do consumo em Portugal e também pelo facto de o sistema nacional ter exportado através das interligações com Espanha. A 23 de janeiro, a exportação para o mercado espanhol atingiu os 42 GWh.
Durante o primeiro trimestre de 2020, foi celebrado o acordo do Grupo EllaLink com a RENTELECOM para utilizar fibras escuras em Portugal e Espanha para interconexão de DataCenters entre a Europa e América Latina.
Já no final do primeiro trimestre, no seguimento da declaração do estado de emergência face à pandemia do COVID 19, a REN implementouo seu plano de contingência, que se mantém em vigor, em alinhamento com as indicações da Direção Geral de Saúde. A empresa, consciente do momento difícil que o País atravessa, tem estado a trabalhar em permanência para assegurar a salvaguarda da gestão das operações críticas da sua responsabilidade, nunca pondo em causa, em simultâneo, a segurança dos seus colaboradores. Reflexo deste trabalho não se registou qualquer impacto no abastecimento de energia em Portugal, imputado à REN, ou nas suas infraestruturas.
Desde o inicio da pandemia a REN promoveu diversas iniciativas de apoio ao Sistema Nacional de Saúde, em equipamentos de proteção de pessoal através da Secretaria de Estado da Saúde, e em apoio ao projeto do Ventilador Atena, desenvolvido pelo Centro de Tecnologia CEIIA. No total já foram aplicadas verbas na ordem dos € 500.000,00