A sede da REN – Redes Energéticas Nacionais, S.A. foi alvo, em dois dias desta semana, de atos de vandalismo perpetrados sob pretextos de defesa do planeta dos efeitos nocivos da queima de combustíveis fósseis. Esta forma de manifestar convicções é criminosa, atenta contra pessoas e bens de forma perigosa e desrespeita as nossas liberdades e as leis que nos regem.
A REN repudia de forma veemente todos os atos de violência e também a manipulação de factos, que toldam o que deveria ser um debate aberto, franco e transparente sobre um dos grandes desafios que a Humanidade enfrenta.
A REN está há vários anos no centro das alterações que colocaram Portugal na vanguarda da descarbonização da economia. Foram as garantias de segurança no abastecimento dadas pela empresa aos decisores políticos que permitiram a antecipação do desligamento das centrais a carvão, de 2030 para 2022; e foram os investimentos contínuos nas infraestruturas que possibilitam os atuais níveis de incorporação média de renováveis no setor elétrico da ordem dos 60%. Portugal está em quarto lugar na lista dos países europeus em que a produção renovável maior peso tem.
Não vivêssemos com períodos de secas sucessivas e com o normal contributo da produção hídrica estaríamos certamente no pódio, porque já somos líderes em percentagem de energia com origem solar e eólica. Em 10 anos, a potência solar instalada aumentou quase sete vezes; em 2022, o total da potência renovável instalada representava quase o dobro da ponta de consumo registada no País.
A transição energética é um percurso longo, que exige esforços contínuos e não pode ser feito com movimentos de rutura que coloquem em causa o abastecimento do País. Por isso, a REN vai continuar a investir para tornar Portugal mais verde, planeando construir, nos próximos 3 anos, mais de 2 mil quilómetros de linhas de transporte e 10 subestações, para integrar a energia saída dos centros de produção de renováveis que estão a nascer em diversos pontos do território nacional.
A eletricidade de origem renovável está também a provocar uma diminuição do consumo de gás natural para produção elétrica, de 39% em 2023 face à média dos últimos 5 anos. Mas para a segurança do abastecimento continua a ser fundamental dispor de gás natural como salvaguarda, caso as fontes renováveis não satisfaçam, por si só, todo o consumo nacional, como aconteceu com a seca de 2022. Este combustível é também fundamental para a indústria, que absorve 2/3 do gás natural consumido no País.
A descarbonização nesta área representa enormes desafios, que têm de ser ultrapassados de forma a não afetar negativamente a economia nacional. Estamos também a descarbonizar no setor do gás, prevendo a sua gradual substituição por hidrogénio.
Dando cumprimento às orientações de sucessivos governos, a descarbonização da economia é, desde há anos, um vetor fundamental na forma como a REN gere as concessões de Serviço Público do Estado, que é o proprietário das infraestruturas de transporte de eletricidade e transporte e armazenamento de gás natural e, no futuro, do Hidrogénio verde.
Ao longo dos anos, Portugal conseguiu grandes progressos no caminho da neutralidade carbónica. A REN orgulha-se do papel central que desempenha neste esforço nacional de defesa do planeta, sem nunca perder de vista aquela que é a sua primeira obrigação: a segurança do abastecimento, que garante o normal funcionamento do nosso País.