A REN - Redes Energéticas Nacionais concluiu os primeiros nove meses do ano de 2020 com um resultado líquido de 76,1M€, menos 10,3 M€ (-12%) do que no mesmo período de 2019, com o negócio internacional a contribuir com 10,4 M€ (13,6%). Este resultado é penalizado pela Contribuição Extraordinária para o Setor Energético, cujo valor ascendeu aos 28,2 M€. Já os resultados financeiros melhoraram em 2,8 M€ (7%) para -36,7 M€, sustentados pelo menor custo médio da dívida (1,9% contra 2,2%).
Até setembro de 2020, o EBITDA caiu 4% (-15,5 M€) para 352,5 M€, devido sobretudo à redução no valor de taxas de remuneração dos ativos (-15,6 M€) e à maior contribuição do OPEX (6,9 M€). Em contrapartida, o segmento internacional contribuiu positivamente (5,4 M€) justificado em grande parte pela consolidação da chilena Transemel.
O CAPEX atingiu os 103,7 M€ (menos 6,6 M€), 73% dos quais relacionados com o negócio da eletricidade e 8,5% devido aos negócios no Chile. As transferências para RAB caíram 38,3 M€ para 21,9 M€, em grande parte justificadas pela suspensão de trabalhos ocorrida entre Março e Abril em consequência da Pandemia. Desde o início do ano, a dívida líquida desceu para os 2.743 M€, um decréscimo de 83 M€ (-2,9%), tendo a S&P reafirmado, já em novembro, o seu rating de BBB.
As nossas equipas e os nossos parceiros externos têm mostrado um grande profissionalismo e capacidade de organização, nunca tendo havido falhas operacionais. Desde o início da pandemia causada pelo Covid-19 que, conscientes do momento difícil que o País atravessa, têm estado a trabalhar em permanência para assegurar a salvaguarda da gestão das operações críticas da sua responsabilidade, sem nunca pôr em causa a segurança dos seus colaboradores.
Pandemia marca queda nos consumos de eletricidade e gás
A nível operacional, os primeiros nove meses do ano ficaram inevitavelmente marcados pelos impactos da pandemia de covid -19 na atividade económica. No consumo de energia elétrica, a evolução anual registou, no final de setembro, uma variação negativa de 3,5%, ou menos 4,2%, com correção de temperatura e dias úteis. Já o consumo de gás natural também apresenta um registo negativo em 1,5%, com o segmento convencional a apresentar uma variação negativa de 6%, enquanto o segmento de produção de energia elétrica ganhou 6,9%.
No final dos primeiros nove meses do ano, o índice de produtibilidade hidroelétrica anual situou-se em 0,97 (média histórica igual a 1) e o de produtibilidade eólica em 0,89 (média histórica igual a 1). Neste período, a produção renovável abasteceu 56% do consumo, repartido pela hidroelétrica com 24%, eólica com 22%, biomassa com 7% e fotovoltaica com 3%. A produção não renovável abasteceu 38% do consumo, fundamentalmente com gás natural, representando o carvão cerca de 3% do consumo. O saldo de trocas com o estrangeiro abasteceu os restantes 6% do consumo nacional.
Nos primeiros nove meses do ano o terminal de GNL de Sines registou 47 operações de descarga de navios com um volume total de 47,218 TWh, o que representa cerca de 93% da energia para aprovisionamento de gás natural em Portugal.
Já depois do fecho dos primeiros nove meses do ano, a REN foi distinguida como a terceira melhor empresa para trabalhar pelo 'Most Attractive Employers in Portugal' na categoria de energia. O resultado decorreu da votação de mais de 11.200 estudantes dos cursos de Gestão, IT e Engenharia de diversas universidades portuguesas.