A REN – Redes Energéticas Nacionais e a União de Freguesias de São Jorge e Ermelo, em Arcos de Valdevez, plantaram hoje, mais de 1350 laranjeiras de Ermelo no corredor das Linhas de Transporte de Energia, numa área de cerca de três hectares dos Baldios de São Jorge. A plantação desta variedade autóctone de laranjeiras, única no país, enquadra-se no compromisso da REN para com a defesa da floresta contra incêndios e pretende preservar e valorizar esta fruta tradicional da região, com uma história que remonta ao século XIII, e que chegou a este território pelas mãos dos Monges Beneditinos.
O arranque desta parceria decorreu nos Baldios de São Jorge, e contou com a presença de 100 crianças do 4º ano de escolaridade, do Agrupamento de Escolas de Valdevez, que plantaram simbolicamente algumas laranjeiras. Esta iniciativa contou ainda com uma degustação de dois pratos elaborados com laranjas de Ermelo, pelo chef Álvaro Costa.
Para a REN, a plantação nos terrenos atravessados pelas Linhas de Transporte de Energia, de espécies autóctones compatíveis com as respetivas faixas de gestão de combustível e geradoras de rendimento anual são fundamentais para valorizar estes territórios e garantir a continuidade de uma produção que se estava a perder. A iniciativa irá gerar valor para os proprietários dos terrenos e para a comunidade local, através da comercialização do fruto, a ser produzido em modo biológico, permitindo aos produtores a entrada num mercado mais exclusivo e financeiramente atrativo.
A Laranja de Ermelo já foi distinguida como produto “Slow Food” e tem características únicas graças ao microclima do local onde se desenvolve, proporcionando um fruto mais doce e sumarento. Durante décadas as laranjeiras foram muito importantes para o desenvolvimento da comunidade local, mas com o envelhecimento da população e das próprias árvores, a produção veio a sofrer quebras.
Agora pretende-se retomar a valorização desta laranja que para o presidente de Junta da União de Freguesias de São Jorge e Ermelo, Horácio Cerqueira, “é tarefa prioritária para que a laranjeira não desapareça e se possa voltar a comercializar de forma mais abrangente e com uma escala maior este produto único”. “Assim que estes três hectares estiverem plantados teremos margem para pensar em ir mais além do percurso que já foi feito até aqui. Queremos que a laranja seja ainda mais conhecida e valorizada e que essa valorização possa trazer retorno financeiro para a comunidade. Acreditamos ainda que este projeto servirá de incentivo à criação de novos negócios a partir deste produto”, afirma Horácio Cerqueira.